ESCRAVOS OU SOBERANOS?

03-09-2010 23:01

As eleições, conforme aqui são praticadas, desmentem o princípio básico da democracia, pelo qual todo poder emana do povo e em nome do povo deve ser exercido, já que nós, o povo, votamos por obrigação e não por convicção. Mas, mesmo caminhando por ruas descalçadas nós, meio-cidadãos de fato (temos deveres a nos oprimir, mas não temos direitos a nos resgatar), deseducados, desinformados e desrespeitados por um modelo político que ignora as necessidades das maiorias para melhor servir aos interesses da minoria, ainda trazemos nos olhos o brilho encantado dos sonhos que nem as décadas de frustração conseguiram nos roubar. Obrigados sempre a escolher entre as mesmas caras, ainda procuramos ansiosos pelo rosto do novo. É este o alento que nos faz ir em frente, por entre as cores alegres das bandeiras e cartazes, enquanto nos enchem as mãos de santinhos, e os ouvidos de musiquinhas. Porque acreditar é preciso. Acreditar que a nossa vontade tem que ser representada em todas as esferas de poder. E o voto é a expressão daquilo em que acreditamos e daquilo que queremos. E não importa se erramos em eleições passadas, já que fomos nós mesmos que pagamos o preço alto das nossas escolhas. A falta de saneamento básico, de saúde e educação com qualidade, de iluminação, transporte, segurança e trabalho, são o resultado dessas escolhas erradas que nós mesmos fizemos. Assim, quando formos depositar na urna o nosso voto, que seja ele o desejo de que as coisas mudem, e não a indiferença quanto ao futuro que queremos construir para as nossas crianças. Porque as nossas crianças dependem de nós para escolher por elas.

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