O peixe que dá na terra

O único peixe exclusivo da Lagoa de Araruama é também o mais cobiçado pelos gourmets amadores da região. A carapeba, que ficou muitos anos sem dar as caras nas redes dos pescadores locais por conta da poluição, retornou com abundância. Depois do início do processo de revitalização da lagoa, os amantes do peixe-símbolo da nossa terra não perdem nenhuma oportunidade de saboreá-la, de preferência bem frita. O cabeleireiro Carlos Magno, mais conhecido como Carlos Tricolor do Parque Mataruna, só troca o peixe por uma partida do Fluminense (também, com esse timaço…). “Não tem tainha, não tem nada. Carapeba é o melhor”. Ele aponta um problema que desvaloriza o prato: como alguns pescadores acabam usando redes com malhagem cada vez menor,  não deixam a carapeba crescer o suficiente, resultando em peixes muito menores que o indicado.
Quem fornece o pescado para Carlos é o Heleno, da Peixaria Rose, que faz coro na reclamação. Pescador há mais de 35 anos, ele lembra que “antigamente tinha carapeba até de quilo, hoje quando tá grande não passa de 400 ou 500g.”. Perguntado sobre o porquê da preferência regional pelo peixe, ele explica que o sabor diferenciado e a exclusividade transformou a carapeba em uma tradição de Araruama. Apesar disso, ele não encontra o peixe exatamente na cidade: “A carapeba na lagoa tá na altura de Praia Linda e São Pedro da Aldeia, por aqui ainda tá fraco. Se não for até lá a gente fica só com a rebarba”. E na hora de comer, são simples as opções de preparo. Uns gostam das maiores assadas na grelha ou mesmo frita. “E só descamar e pôr sal e um limãozinho por cima”, ensina Heleno. Outros gostam de carapeba ensopada, com cheiro verde, tomate e um pirãozinho para acompanhar. O peixe hoje custa entre R$ 5,00 e R$ 10,00 o quilo, dependendo do tamanho. “E muita gente vem de fora pra procurar a carapeba por aqui”, finaliza o pescador satisfeito.
E você, tem uma receita de preparo da carapeba? Envie para o e-mail:
ocarapeba@ocarapeba.com.br